Durante muito tempo, a cultura, como arte, tinha a função de se render à religião, hoje, com a perda do encantamento do mundo e a exacerbação da razão, a cultura ganhou novas amarras, a do mercado capitalista.
Afixado dentro desse enorme comércio, a cultura andou perdendo sua característica contemplativa e reflexiva, ganhando um caráter de obra vazia de significações, apenas com valor de venda e aquisição de status.
Essa transformação gradual segue regras ditadas por uma ideologia, conhecida pelo nome de Indústria Cultural, onde toda e qualquer criação humana tornam-se eventos de consumo. São idéias transformadas em produtos culturais fabricados em série, ou seja, o que era uma obra original, hoje se encontra repetida e reprodutiva.
Ao contrário do que muitos poderiam imaginar, a cultura, através dos meios de comunicação, não se democratizou, pois para tanto, ela deveria representar o direito ao acesso, onde todos pudessem criticar, incorporá-las à suas vidas, superá-las e criar. A Indústria Cultural produziu um efeito oposto, a massificação da cultura.
Através dos preços, as indústrias já selecionam quem terá acesso a ouvir, ver e ler, introduzindo a segregação social entre “cultos” e “incultos”. E como toda boa empresa se utiliza de marketing, foi introduzida a idéia de cultura como entretenimento, em que tudo o que faz pensar, refletir e criticar não vende, pois a intenção do “comércio cultural” não é mexer com os pensamentos humanos, e sim, devolver com outra cara, aquilo que ele já sabe. O efeito produzido nessa teia da Industrial Cultural é a banalização do conhecimento e da criação.
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