segunda-feira, 17 de março de 2008

E assim se fez palavras

Esse tempo é o mais sufocante. Fico realmente exasperada. O que me ocorre são apenas quimeras que [anseiam] explicar o porquê de tamanha demora... (o eu pensando: “... é como um intervalo de vida provocado pelo aumento considerável do coração, que comprime a caixa torácica, que, por sua vez, espreme, a ponto de diminuí-lo o tamanho, os pulmões.”) e assim se explica a sensação de sufocamento à cima.

Engraçado caro leitor, é assim mesmo! Rápido e EXASPERADO. Só que... Mesmo com essa aparência de parada cardíaca, ou... enfim... com essa velocidade, é longo demais esse tempo...

(procurando recompor-me dessa falta repentina de ar)

Pronto. Chegou a hora.

É porque caro leitor, escrever para mim é sempre trabalho. Talvez porque tudo se Aparece com uma certeza quase tão absoluta, que não sobra muito espaço para palavras batutas e inquietas, forçando infiltrarem-se por debaixo desse “tudo”, tentando içá-lo (assim como o magma fez com os continentes, imaginou?), desordenando-o, tirando-o do lugar, transformando-o.

O tempo entre pensar e colocá-lo impresso numa folha em branco (ou numa tela) torna-se realmente convulcionante. Isso parte exatamente do reconhecimento da força que as palavras têm e do risco iminente em usá-las. Mas como ariscar-se é ser livre (já dizia Sartre) escrevo cada uma dessas palavras já lidas por vocês e as próximas que virão, exercendo minha condição de livre, sem amarras. É como se eu tivesse bebido desse magma e pudesse de alguma forma, deixar para sempre registrado uma experiência, finalmente, iniciada por mim.

Um comentário:

Joel Cavalcanti disse...

Nós, caros leitores, estávamos mesmo esperando este magma. Assim como um oceano o espera para compartilhar tanto espaço com a futura ilha, e, assim, o cerca por todos os lados, como que abraçando, como que o guardando. =D

Boa sorte com o blog, Dé!
Beijão!