Finalmente. Enquanto algumas pessoas não mais se lembravam da sua existência, eis que ele surge para a surpresa geral. O XII Festival Nacional de Arte (FENART) será realizado entre os dias 18 e 26 de Abril no Espaço Cultural, com a seguinte programação: http://www.portalcorreio.com.br/entretenimento/matler.asp?newsId=30576. Mas, para que nossa memória não se perca (novamente) na euforia da grandeza do espetáculo, vale relembrar os motivos (ou a falta deles) das inúmeras protelações do Festival.
Em entrevista com a vice-presidente da Funesc Val Veloso no dia 1º de outubro do ano passado, eu e mais dois amantes do Festival, e a cima de tudo, preocupados com a falta de informação sobre os inexplicáveis adiamentos, constatamos apenas o que já sabíamos: a grande falta de interesse de quem promove o Festival.
Com um nervosismo que teimava em fazer de Val Veloso uma mulher preocupada com o que ouvia de nós, e principalmente, com as palavras a serem escolhidas para nos responder, decorria nossa entrevista. E entre desculpas e ponderações, alguns questionamentos foram esclarecidos, mas não justificados, afinal, foram dois anos sem Fenart e sem nenhuma informação.
As intermináveis obras de reforma e modernização do Espaço Cultural, que por sua vez, deveriam ser entregues há mais de um ano, entraram no ranking das desculpas favoritas da vice-presidente. Somando-se a ela, veio o alerta do Ministério Público pela falta de um projeto de isolação acústica, previsto por um termo de ajustamento de conduta assinado juntamente com a Fundação, e que ainda não foi cumprido. Dessa falta de compromisso, renderá ao Fenart uma duração mais curta: a meia-noite (assim como Cinderela) o encanto de mais uma noite de espetáculo chegará ao fim.
A perda do caminho para as “saídas de tangente” das desculpas que ouvimos, foi quando o assunto sobre recursos entrou em cena. A Lei Roaunet (Lei Federal de Incentivo à Cultura) na qual o Festival está inscrito, chegou a aprovar mais recursos que o necessário para o evento. Através dessa Lei ainda, foi concedido a captação de recursos de instituições privadas, que, na época da entrevista, já havia prováveis parceiros como: o Banco Real, Saelpa e Lojas Maia. Ainda, segundo o ex-presidente da Funesc, Temístocles, a Fundação aumentou sua receita em 69% em quatro anos.
São por esses motivos (e contradições) que é necessário nos valermos da apresentação dos fatos, para não deixarmos que a memória ensurdeça, pois, perdemos dois anos do nosso (ouso dizer) melhor evento cultural, por falta de interesse e organização de quem anda a frente do Festival.
Apesar desses esclarecimentos, é importante ainda tomarmos nota das discussões travadas entre aqueles que, assim como eu, são fãs incondicionais do Festival. Visite a comunidade do Orkut http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4223386 e comprove que ainda há pessoas preocupadas em manter as poucas manifestações culturais que temos, e que, além disso, têm boa memória.