segunda-feira, 18 de maio de 2009

Trans-passado

Por quantas vezes se quer (o humano) mudar durante, digamos, um ano? Se eu fosse contabilizar eu diria que, provavelmente, por 365 dias. Mas isso, até parece uma boa estatística - dada a atual aparência do mundo, eu digo, alguém pode achar ótima a idéia de mudança martelando a cabeça dos indivíduos. Mas eu vos revelo o seguinte: essa insistência em (tencionar) mudar, por todos os dias, é a denuncia do fracasso e do medo.


Não há nada mas exato na existência do que a capacidade humana em mudar. Mas ao mesmo tempo, não há nada mais difícil. Em função disso, incuti-se, no entanto, que as razões são todas: a sobrevivência, a competição, as pequenas “mortes” diárias. Tudo se torna motivo de adiamento das mudanças (até as pequenas) necessárias.


As mudanças aos quais me refiro, são aquelas diluídas nas decisões mais cotidianas, com as pessoas mais próximas (mais amadas...), e sim, claro, com o locus, onde o curso da vida prossegue. Mudança. Nem que seja essa de separar o lixo doméstico por tipo de componentes, mesmo sabendo que sozinha, nada irá mudar. Ainda, parar de chamar o(a) companheiro(a) ao celular pretendendo regular seus passos, mesmo se corroendo de curiosidade (leia-se também ciúmes). Ou, até mesmo, homens realizando tarefas designadas socialmente para as mulheres, mesmo acreditando, nos seus pensamentos mais íntimos, na (suposta) necessidade de diferenciação por gêneros.


Por mais que a necessidade de transformação seja na ordem de valores (atualmente, diante das contradições socais, mais do que nunca), estabelecer novos hábitos já é um grande passo. Se o indivíduo acreditar, ao menos, na capacidade de vigiar sua maneira de portar-se de forma contrária ao que foi pré-estabelecido como “natural” no seu cotidiano, quem sabe, nas próximas duas gerações, o que era apenas a mudança de um hábito, se transforme numa mudança de fato.

9 comentários:

Anônimo disse...

é.. mudanças do tipo ser um bom professor ao invés de um ruim e preguiçoso feito eu já ajudariam :(

Anônimo disse...

não sei se entendi uma coisa: "tencionar mudar" é medo ou "mudar" é q seria medo? medo do q pode acontecer se tudo deixar de ser como era ou medo de encarar as coisas como estavam?

acho q é uma boa discussão dos dois jeitos. mas acho q se todo mundo parasse de se preocupar tanto com isso, perceberiam q a mudança é inevitável e tão natural, q acontece, vc pensando nela ou não. como diria shakespeare: "um dia vc percebe q não precisa mudar de amigos se perceber q os amigos mudam". ou, como diria zeca pagodinho, meu guru: "deixa a vida me levar!" haUSHUhashuAUS

mas de fato... vc pegou na ferida! ^^

[dérika, discussões rebuscadas? só aqui, no palaLIVREando!]

Dérika disse...

Eu quis dizer Nah que: o fato de vc pensar em mudar (por todos os dias) é a comprovação de que vc SÓ faz pensar, mas não toma atitude alguma para CONCRETIZAR esta mudança.... é isso... ;D

Explicar o que se escreve para alguém não representa incompetência não, né? (MEDO...)

[brincadeira, eu expliquei p vc com prazer Nah! xD]

Dérika disse...

E, senhorita anônima, eu quase fiquei feliz, imaginando que alguém, que não faz parte do meu círculo de conhecidos e amigos, estaria lendo o meu Blog... (estraga prazeres... =P)

xD

Dani Vieira disse...

Acho que um segredinho tah em deixar o discurso e ir pra prática da mudança, propriamente dita.
E toco nas vestes de quem disser q nao tem nada pra mudar.
Eu tenho uma lista "soh". =D
Mas realmente, enquanto nao houver consciência e disposição.. o que resta eh a mudança de desculpa.
Concordo que algumas mudanças são naturais, mas acho que outras a gente tem q dar uma mãozinha.
=]
E às vezes mudar dói mermo..
[melancolia on]

Anônimo disse...

cadê, cadê?

Inês disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Inês disse...
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Inês disse...

muito bons seus textos, parabéns!