segunda-feira, 11 de maio de 2009

“Escurecer acende os vaga-lumes”


Poucas coisas me tocam mais do que a imagem. Não necessariamente as imagens realizadas e acabadas à sua frente, mas eu falo, principalmente, daquelas que se constituem em pequenas porções - muitas vezes desconexas, em alguma parte da sua cabeça, e você nem imagina como foram parar lá. Aliás imagina. Melhor ainda, você sabe. Sabe principalmente quando você se encontra na presença de palavras pronunciadas (escritas) por poetas como Manoel de Barros.
[A propósito, é bem possível que esse “como” sequer exista, mas sim, APENAS um senhor com cara de bonzinho, falando sobre o “inútil” (sem dúvida só ele acha isso) capaz de aliciar aquela partizinha do cérebro que estimula o que há de mais recôndito nos sentidos.]

E foram muitas imagens rebentadas de mim ao assistir o documentário “Só dez por cento é mentira”, no 4º Cineport, sobre esse carinha aí. Além de o filme ser uma co-i-sa de tão belo, com uma fotografia e uma montagem magnética e inteligente (onde eu me encaixaria depois dessa descrição, Naíza? xD), ele simplesmente reverencia o poeta que causou em mim uma das maiores frustrações da minha vida, a de não tê-lo conhecido antes.

Enquanto eu falo (tento), nas imagens que se revelaram em mim após meu encontro com o poeta, ele certamente já estaria roubando-as de mim e ocupando-as com palavras. “Imagens são palavras que nos faltaram”, foi exatamente o que ocorreu na minha topada com ele, e nem agora elas comparecem. Certamente porque não é disso que elas precisam - que falem delas, ou as expliquem, mas, simplesmente, que sejam sorvidas pelos poros, que sem sombra de dúvida, carregarão pêlos eriçados.
“Não era mais a imagem de uma cobra de vidro que fazia uma volta atrás de casa, era uma enseada. Acho que o nome empobreceu a imagem.”


3 comentários:

Anônimo disse...

hAUSHUhasuHASHahsuAS
Não, Dérika! Acho que quem solta esses comentários num blog ou em um círculo de amigos que gostam de falar sobre isso não é ser pseudo-cult!

Enfim... Eu tb fiquei mtu frustrada pq não conheci esse poeta maravilhoso antes. Nem tinha como, eu nem gosto mtu de poesia. Mas foi uma das coisas mais tocantes q eu vi na vida. Um cara falando da inutilidade das coisas e de si mesmo e tornando isso o maior encanto. Acreditar na magia que existe em se ver um bichinho embaixo de uma pedra ou inventar palavras e vidas, como quem brinca com o mundo.

E na verdade, esse é filme impossível de se sair e não dz: QUE FOTOGRAFIA!!! Por isso, vc está perdoada! HASHUahsu

Outra coisa: me lembrei q desde mtu pequena, toda vez q eu viajava, observava as nuvens e imagina que elas estavam todas sentadinha numa mesa de vidro, e você podia ver o limite da mesa, pq elas ficavam retas embaixo. Nem sei se dá pra entender, mas é uma sensação que eu tenho até hji. Ach q é um pouco como as história da enseada. :]

Bom lembrar... Manoel de Barros. *.*

:*

Dani Vieira disse...

Manoel.. ain..
Onde estava esse homem?
Sinto-me uma velha se lamentando pq só o "conheceu" no fim da vida..
Mas vou aproveitar daqui em diante. =]

Realmente, fotografia??
O que foi aquilo, hein?
Flores, chocolates e agradecimentos a quem conseguir aquele documentário!!!

Foi de longe o melhor dia [do q assisti] do Cineport.
É dreda ser angolano e Só dez por cento é mentira me fizeram ir pra cama sorrindo!

=]

Anônimo disse...

eu conhecia
una!
:P